domingo, 4 de maio de 2014

O SOTAQUE DAS MINEIRAS

De: MARTINS

Data: 05/04/14 17:14:17

04/05/2014 Deixe um comentário

Mederovsk Leo
Por Carlos Drummond de Andrade
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O sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral ou engordar. Porque, se tudo que é bom tem um desses horríveis efeitos colaterais, como é que o falar lindo (das mineiras) ficou de fora?
Mineira deveria nascer com tarja preta avisando:
ouvi-la faz mal à saúde. Se uma mineira, falando mansinho, me pedir para assinar um contrato doando tudo que tenho, sou capaz de perguntar: só isso?
Assino achando que ela me faz um favor.
Eu sou suspeitíssimo. Confesso: esse sotaque me desarma. Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas.
Preferem abandoná-las no meio do caminho, não dizem:
pode parar, dizem: ‘pó parar’.
Não dizem: onde eu estou?, dizem: ‘ôncôtô’.
Os não-mineiros, ignorantes nas coisas de Minas, supõem, precipitada e levianamente, que os mineiros vivem lingüisticamente falando, apenas de uais, trens e sôs.
Digo-lhes que não(…)
Mineiras não usam o famosíssimo ‘tudo bem’.
Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há de perguntar pra outra:
- ‘Cê tá boa?’.
Para mim, isso é pleonasmo.
Perguntar para uma mineira se ela tá boa é desnecessário.
Há outras. (…)
- ‘Aqui’, não vou dar conta de chegar na hora, não.
Esse ‘aqui’ é outro que só tem aqui(…)
Que os mineiros não acabam as palavras, todo mundo sabe.
É um tal de ‘bonitim’, ‘fechadim’, e por aí vai.
Já me acostumei a ouvir:
- E aí, ‘vão?’. Traduzo:
- E aí, vamos?
Não caia na besteira de esperar um ‘vamos’ completo de uma mineira.
Não ouvirá nunca.
Eu preciso avisar à língua portuguesa que gosto muito dela, mas prefiro, com todo respeito, a mineira.
Nada pessoal.
Aqui certas regras não entram.
São barradas pelas montanhas.
Por exemplo, em Minas, se você quiser falar que precisa ir a um lugar, vai dizer:
- Eu preciso ‘de’ ir.
Onde os mineiros arrumaram esse ‘de’, aí no meio, é uma boa pergunta.
Só não me perguntem. Mas que ele existe, existe(…)
Aqui em Minas ninguém precisa ir a lugar nenhum.
Entendam…
Você não precisa ir, você precisa ‘de’ ir.
Você não precisa viajar, você precisa ‘de’ viajar.
Se você chamar sua filha para acompanhá-la ao supermercado, ela reclamará:
- Ah, mãe, eu preciso ‘de’ ir?
No supermercado, o mineiro não faz muitas compras, ele compra um ‘tanto de coisa’.
O supermercado não estará lotado, ele terá um ‘tanto de gente’(…)
Entendeu?
Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo e ficar com pena, suspirará:
- ‘Ai, gente, que dó’.
É provável que a essa altura o leitor já esteja apaixonado pelas mineiras(…)
Para uma mineira falar que algo é muitíssimo bom vai dizer:
- ‘Ô, é sem noção’.
Entendeu?
É ‘sem noção!
‘ Só não esqueça, por favor, o ‘Ô’ no começo, porque sem ele não dá para dar noção do tanto que algo é sem noção,
entendeu?
Capaz…
Se você propõe algo ela diz:
- ‘Capaz’!!!
Vocês já ouviram esse ‘capaz’?
É lindo(…)
Já ouviu o ‘nem…?
‘ Completo ele fica:
- Ah, ‘nem’ (…)
A propósito, um mineiro não pergunta:
- Você não vai?
A pergunta, mineiramente falando, seria:
- ‘Cê’ não anima ‘de’ ir?
Tão simples.
O resto do Brasil complica tudo.
É, ué, cês dão umas volta pra falar os trem(…)
O plural, então, é um problema.
Um lindo problema, mas um problema.
Sou, não nego, suspeito.
Minha inclinação é para perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares das mineiras.
Aliás, deslizes nada.
Só porque aqui a língua é outra, não quer dizer que a oficial esteja com a razão.
Se você, em conversa, falar:
- Ah, fui lá comprar umas coisas…
- ‘Que’ s coisa?’ – ela retrucará.
O plural dá um pulo(…)
E se você acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa,confidenciará:
- Ele pôs a culpa ‘ni mim’.
A conjugação dos verbos tem lá seus mistérios, em Minas.
Ontem, uma senhora docemente me consolou:
‘preocupa não, bobo!’.
E meus ouvidos, já acostumados às ingênuas conjugações mineiras, nem se espantam.
Talvez se espantassem se ouvissem um: ‘não se preocupe’, ou algo assim.
A fórmula mineira é sintética.
E diz tudo.
Até o tchau, em Minas, é personalizado.
Ninguém diz tchau pura e simplesmente.
Aqui se diz: ‘tchau pro cê’, ‘tchau pro cês’.
É útil deixar claro o destinatário do tchau.
Então neh, as mineiras são trem bão demais sô….

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    Por dentro do Cristianismo - Quem fundou?

    por Liszt Rangel

    Logo de início, quando se ouve as palavras Cristão e Cristianismo, deduz-se que elas possuem origem na palavra Cristo. A expressão é de origem grega, CHRISTUS e quer dizer, "o Ungido".
    Até hoje os cristãos creem que foi Jesus quem fundou o Cristianismo, entretanto não há qualquer fundamentação histórica, muito menos evidências para esta crença ser aceita como um fato. Ela nasce do pressuposto que Jesus seria o Messias, mas não foram poucas as vezes que, segundo as narrativas, ele mesmo não expressava interesse pelo título messiânico, ou quando fugiu das cidades (Marcos, 1:45) ou quando repreendeu as pessoas para que não falassem sobre isto (Marcos, 3:12).  

    O problema de Jesus ser visto como o fundador de uma nova religião, não foi culpa dos cristãos. Alguns de seus amigos o viram como um homem sábio, mas a maioria estava à procura do Messias esperado. Entre estes, contam-se também os cristãos da segunda e da terceira geração em diante, responsáveis por projetarem no Nazareno, a carência social e moral de um libertador na Palestina do século I d.C. "A expectativa de muitos judeus na época de Jesus era a de que o Messias seria um poderoso rei-guerreiro".¹ Entretanto, há uma larga distância entre Jesus e o suposto Messias, ou melhor, entre Jesus e o Cristo, personagem criado pelos líderes cristãos, ao longo da edificação da nova religião.
    As adequações feitas em Jesus para que este fosse visto como o Cristo também foi fator determinante no rompimento com o Judaísmo e com a consequente perseguição que os Filhos de Abraão - os judeus - sofreram por parte dos cristãos, os "únicos" Filhos de Deus". E um desses responsáveis pela adulteração tanto na mensagem de Jesus, quanto na compreensão da finalidade de sua presença entre os homens, foi um doutor da Lei, fariseu, perseguidor e assassino de cristãos, chamado Paulo de Tarso. "Paulo não estava preocupado com a atuação e os ensinos do Jesus vivo, mas com o feito do Cristo morto e ressuscitado para os crentes".² 

    Paulo de Tarso, batizado como Saul, era da cidade de Tarso, na Cilícia, situada ao sul da atual Turquia. Já nasceu cidadão romano e participou por volta do ano 30 d.C do assassinato do primeiro mártir do Cristianismo, Estêvão. Tanto os exegetas quanto os críticos textuais e historiadores sabem que Paulo não escreveu todas as cartas que levam seu nome. Alguns pesquisadores as resumem em um total de sete, outros ainda aceitam oito cartas como sendo de sua autoria. Até agora, então, temos: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Filipenses, Fênelon, 1 e a 2 Tessalonicenses, sendo que esta última é questionável. Já 1 e 2 Timóteo, Tito, Efésios, Colossenses e a mais dissidente de todas, a carta aos Hebreus, foram produzidas possivelmente por seus discípulos ou por cristãos que tentaram pegar a fama e a aceitação de suas cartas que já eram consideradas Escrituras. O plágio já existia desde o século I.
    Foi Paulo quem deu o passo de rompimento com o Judaísmo ao defender a separação entre a aceitação da Lei judaica e a fé em Cristo. Para ele, ter fé em Cristo independia se o indivíduo era judeu ou pagão. "Em algumas de suas cartas, Paulo distingue a lei e o evangelho, insistindo que uma pessoa é justificada pela fé em Cristo (o evangelho), não pelo cumprimento das obras prescritas pela lei judaica".³
    Na opinião do escritor Hermínio de Miranda, Paulo sacrificou muito Jesus ao Cristo. Ou seja, em seus escritos não há qualquer referência ao Jesus-Homem, muito menos uma aproximação com a essência de sua mensagem.
    Simplesmente, o que Paulo fez, foi trocar Moisés por Cristo e esta substituição ocorreu em nome de toda estrutura farisaica que o acompanhava, incluindo as ideias da ressurreição e da volta de Cristo - a Parusia. Também é presente em seu discurso a importância do sofrimento. Estas concepções não são de todo, de origem judaica, mas se tornaram a base do Cristianismo. Ainda para Paulo, Adão foi o homem que introduziu o pecado no mundo e Jesus Cristo é o segundo Adão que teve como objetivo levar os pecados do mundo. Os judeus não acreditavam que a missão do Messias era  a de sofrer pelo povo.
    Existem vários fatos controversos e questionáveis na vida de Paulo. O principal deles é o episódio da voz que ele escuta e da luz que o cega. O outro fato é o do apedrejamento que ele diz ter sofrido em Listra, na atual Turquia. Após ser expulso da cidade, ele se levanta como se nada tivesse lhe ocorrido e vai pregar em outro lugar e ainda conta o feito como se nenhuma pedra tivesse lhe aberto feridas ou quebrado os ossos. Vale lembrar que apedrejamento na tradição judaica é para matar! Não há seriedade nestes relatos em Atos. Se eles existiram, não foi da forma como estão narrados, até porque foram colhidos mais de trinta anos depois de supostamente terem ocorrido.
    Em ambos, o que se percebe é a deflagrada campanha auto-promocional em torno de sua "missão" e a necessidade de ser aceito no grupo liderado por Pedro e Tiago, irmão de Jesus. No episódio de Damasco, ninguém com exceção de seus servos presenciou o fenômeno da voz. Já o caso do apedrejamento, ele ainda se coloca na condição de que o verdadeiro apóstolo de Cristo tem que sofrer. Ele fez muito bem o trabalho de marketing em torno de sua imagem.
    Eis aqui um trecho de sua exaltação ao sofrimento por amor a Cristo:

    São (seus adversários cristãos, os contra-apóstolos) ministros de Cristo?
    Como insensato, digo: muito mais eu. Muito mais, pelas fadigas;
    muito mais, pelas prisões; infinitamente mais, pelos açoites.
    Muitas vezes, vi-me em perigo de morte. Dos judeus recebi cinco vezes
    os cinquenta golpes menos um. Três vezes fui flagelado. Uma vez, apedrejado.
    Três vezes naufraguei. Passei um dia em uma noite em alto-mar. Fiz numerosas viagens.
    Sofri perigos nos rios, perigos de ladrões, perigos por parte de meus irmãos de estirpe,
    perigos dos gentios... perigos dos falsos irmãos!   (2 Cor 11:23-26)
    O que é melhor, então? Você ter vivido ao lado de Jesus, ou Jesus após a morte ir lhe chamar para ser seu apóstolo? Não foi assim que ocorreu com Paulo?
    O que dá mais importância e eleva o Ego?
    E o prêmio após o sofrimento é a vida eterna...
    Mesmo com tamanho marketing pessoal, os adeptos de Jesus não o aceitaram e o desacreditaram. Paulo, então, tornou-se ainda mais polêmico, discutindo e se afastando não apenas dos cabeças do grupo do Nazareno, mas também arranjou problemas com judeus nas Sinagogas, com os gregos e com os romanos. Nem mesmo Barnabé, fiel amigo, aguentou sua companhia por muito tempo.
    E até hoje Paulo tem seus seguidores. Eles são chamados de cristãos e são bem ortodoxos. Estão no Catolicismo, defendendo a ressurreição de Cristo e a conversão através do corpo de Cristo que segundo Paulo é a Igreja. Ou seja, fora da Igreja não há salvação! Ela deverá guiar os passos da Humanidade ao Paraíso e condenar os não convertidos ao Inferno. Como já andou fazendo ao longo da História...
    Os protestantes também são profundos admiradores de Paulo, e consequentemente não são menos radicais, principalmente os neopentecostais. O conceito de salvação proposto por Lutero, já não tem mais a marca exclusivista da Igreja, na visão dos reformistas. A condição salvífica agora ocorre pela "graça" que o pecador recebe. Mudou de lugar, mas a exclusividade continuou. Antes era na Igreja, mas após a Reforma é através da fé em Cristo. Ou seja, assim como Paulo foi escolhido por Cristo, os reformistas também se acham escolhidos para a salvação da Humanidade. Para eles, só há uma salvação, e está em Cristo. Não adianta bater nas portas de outra religião, pois é Jesus quem o elege, tal qual na estrada de Damasco.
    Sem uma análise desapaixonada acerca do Cristianismo nascente, não se conseguirá a compreensão de um passado que ainda interfere em nosso presente, muito menos chegar-se-á ao entendimento de como os cristãos se afastaram do Nazareno e passaram a seguir um Cristo místico paulino.

    Eis o homem - Paulo de Tarso - o verdadeiro fundador do Cristianismo. Apesar de ter uma péssima oratória, conseguiu se fazer ouvir pelas massas pagãs porque era culto; apesar de fariseu, rompeu com o Judaísmo, fundou uma nova religião e ainda tocou fogo nas relações entre judeus e cristãos; apesar de se arvorar como fiel defensor de um Cristo que só ele entendia, foi o maior responsável pelo desaparecimento da mensagem de Jesus. Ele fundou inúmeras Igrejas pelo Mediterrâneo, as organizou internamente, impôs o véu sobre as mulheres, quis ganhar dinheiro com a religião e ordenou que suas cartas fossem lidas para todos, sem exceção, pois o seu objetivo era multiplicar prosélitos.
    E foi assim que o mundo Ocidental conheceu o Cristo de Paulo, mas ainda ignora o Jesus de Nazaré.
    BIBLIOGRAFIA
    ¹ - EHRMAN, Bart. Quem Jesus foi? Quem Jesus não foi? Rio de Janeiro: Ediouro, 2010.
    ² - VERMES, Geza. Quem é quem na época de Jesus. Rio de Janeiro: Editora Record, 2006.
    ³ - EHRMAN, Bart. O que Jesus disse? o que Jesus não disse? Rio de Janeiro: Ediouro, 2006. 

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    Postado por Liszt Rangel, Jornalista, Escritor e Pesquisador de Civilizações Antigas às 23:48 9 comentários:

    Marcadores: Cristianismo Primitivo, Cristo da Fé, cristãos, Jesus Histórico, Lutero, Messias, Paulo de Tarso, Religião, Ressurreição,Salvação, Sofrimento

     

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    De: carmen

    Data: 04/05/2014 18:38:45

    Não sou negro, nem homossexual, ...

    Não Sou:

    - Negro, Nem Homossexual, Nem Índio, Nem Assaltante, Nem Guerrilheiro, Nem Invasor De Terras. Como faço para viver no Brasil nos dias atuais? Na verdade eu sou branco, honesto, professor, advogado, contribuinte, eleitor, hétero... E tudo isso para quê?
    Meu Nome é: Ives Gandra da Silva Martins*
    Hoje, tenho eu a impressão de que no Brasil o "cidadão comum e branco" é agressivamente discriminado pelas autoridades governamentais constituídas e pela
    legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que eles sejam índios, afrodescendentes, sem terra, homossexuais ou se autodeclarem pertencentes a minorias submetidas a possíveis preconceitos.
    Assim é que, se um branco, um índio e um afrodescendente tiverem a mesma nota em um vestibular, ou seja, um pouco acima da linha de corte para ingresso nas Universidades e as vagas forem limitadas, o branco será excluído, de imediato, a favor de um deles! Em igualdade de condições, o branco hoje é um cidadão inferior e deve ser discriminado, apesar da Lei Maior (Carta Magna).
    Os índios, que pela Constituição (art. 231) só deveriam ter direito às terras que eles ocupassem em 05 de outubro de 1988, por lei infraconstitucional passaram a ter direito a terras que ocuparam no passado, e ponham passado nisso. Assim, menos de 450 mil índios brasileiros - não contando os argentinos, bolivianos, paraguaios, uruguaios que pretendem ser beneficiados também por tabela - passaram a ser donos de mais de 15% de todo o território nacional, enquanto os outros 195 milhões de habitantes dispõem apenas de 85% do restante dele. Nessa exegese equivocada da Lei Suprema, todos os brasileiros não-índios foram discriminados.
    Aos 'quilombolas', que deveriam ser apenas aqueles descendentes dos participantes de quilombos, e não todos os afrodescendentes, em geral, que vivem em torno daquelas antigas comunidades, tem sido destinada, também, parcela de território consideravelmente maior do que a Constituição Federal permite (art. 68 ADCT), em clara discriminação ao cidadão que não se enquadra nesse conceito.
    Os homossexuais obtiveram do Presidente Lula e da Ministra Dilma Roussef o direito de ter um Congresso e Seminários financiados por dinheiro público, para
    realçar as suas tendências - algo que um cidadão comum jamais conseguiria do Governo!
    Os invasores de terras, que matam, destroem e violentam, diariamente, a Constituição, vão passar a ter aposentadoria, num reconhecimento explícito de que este governo considera, mais que legítima, digamos justa e meritória, a conduta consistente em agredir o direito. Trata-se de clara discriminação em relação ao cidadão comum, desempregado, que não tem esse 'privilégio', simplesmente porque esse cumpre a lei..
    Desertores, terroristas, assaltantes de bancos e assassinos que, no passado, participaram da guerrilha, garantem a seus descendentes polpudas indenizações,
    pagas pelos contribuintes brasileiros. Está, hoje, em torno de R$ 4 bilhões de reais o que é retirado dos pagadores de tributos para 'ressarcir' aqueles que resolveram pegar em armas contra o governo militar ou se disseram perseguidos.
    E são tantas as discriminações, que chegou a hora de se perguntar: de que vale o inciso IV, do art. 3º, da Lei Suprema?
    Como modesto professor, advogado, cidadão comum e além disso branco, sinto-me discriminado e cada vez com menos espaço nesta sociedade, em terra de castas e
    privilégios, deste governo.
    (*Ives Gandra da Silva Martins, é um renomado professor emérito das Universidades Mackenzie e UNIFMU e da Escola de Comando e Estado Maior do Exército Brasileiro e Presidente do Conselho de Estudos Jurídicos da Federação do Comércio do Estado de São Paulo).
    Para os que desconhecem o Inciso IV, do art. 3°, da Constituição Federal a que se refere o Dr. Ives Granda, eis sua íntegra:
    "Promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação."

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