Impressiona a pavorosa insegurança do Presidente Michel Temer ao falar em público sobre a “crise” penitenciária, que, na verdade, é apenas um reflexo do fracasso do Sistema de Segurança Nacional brasileiro. Será possível que um político e advogado tão experiente e vivido como Michel Temer possa demonstrar tanta surpresa com a capacidade do que ele chama de “organizações criminosas”, em referência às facções? Como Temer tem a coragem de ignorar que a Corrupção é Institucionalizada e a Corrupção, Sistêmica?
O papo furado federal nada resolve. A criminalidade – principalmente a comandada pelos políticos – segue desenvolta e sem repressão de verdade. O Presidente promove reuniões inúteis, como a de ontem, com a tal “bancada da bala”. Os deputados propuseram a criação do Ministério da Segurança Pública. Temer se comprometeu a avaliar a sugestão. A idéia é usar a estrutura de parte da burocracia do Ministério da Justiça. O titular da pasta, Alexandre Moraes, odiou a proposta, pois lhe tira poder. Tudo indica que nada mudará.
A ignorância e a impunidade no Brasil facilitaram a criação, organização e evolução das facções criminosas – quase todas com discursos ideológicos com base na “Paz, Justiça e Liberdade”, combinando características de empresas eficientes com projeto político ou pseudo-religioso. As seitas empresariais criminosas, abertamente, pregam que têm um projeto de hegemonia. O objetivo imediato é combater a presente estrutura dos governos – considerados injustos e opressores.
Tudo é conversa fiada. As facções, fingindo independência em relação aos poderosos de plantão, na verdade, são aliadas deles – e vice-versa. Todos compõem a Superestrutura do Crime Institucionalizado. A Corrupção Sistêmica é seu modus operandi. O esquema combina bandidos que atuam juntos e misturados nos aparelhos político, burocrático, financeiro, repressivo, informativo e penitenciário. Tal modelo só pode ser combatido pela via da Intervenção Constitucional e por um trabalho profundo de conscientização cultural promovido por uma Revolução Educacional – no indivíduo, na família, na escola e na sociedade.
O Brasil é uma Nação Criminosa. A maioria precisa decidir se deseja realmente mudar esse status ou se prefere continuar flertando com a bandidagem institucionalizada que subjuga todos os poderes republicanos. A falta de coragem da maioria para mudar é “pavorosa”. Assim, alguma mudança só vai acontecer quando a criminalidade radicalizar e a violência sair do controle. Na hora em que o “andar de cima” da sociedade for brutalmente atingido, aí sim os segmentos esclarecidos farão a pressão máxima para exigir mudanças estruturais. Por enquanto, o brasileiro segue sobrevivendo em guerra civil não-declarada, com mais de 60 mil mortes violentas por ano, como se isto fosse algo natural.
A pavorosa insegurança de Temer seguirá adiante. Seu desgoverno segue firme em frente, apesar do desgaste aparentemente irreversível de imagem. A Estagflação (desvalorização da moeda com recessão) força a queda do índice de inflação. Espertamente, o Comitê de Política Monetária do banco Central do Brasil dá uma abaixadinha nos juros básicos, para 13%. Os deuses do mercado acenam com “melhora na economia” e garantem a sustentação Temerária.
Motivo: o grupo do presidente acena com grandes negócios nas privatarias. Se o acordo for cumprido, garantindo lucros para a ampla Organização Criminosa, tudo fica como sempre. Os rentistas garantem a permanência de Temer na Presidência, custe o que custar. E se os líderes de facções presidiárias insistirem em atrapalhar os negócios, facilmente, serão exterminados e substituídos por outros mais cordiais.
O Futuro Chegou
Texto do General Gilberto Pimentel, presidente do Clube Militar, que bem reflete a triste realidade da violência brasileira fora de controle:
Praça Hilário Gouveia, Copacabana, ontem, 18:30 horas, final de tarde de um dia que foi, possivelmente, o mais quente até aqui neste verão. A praia ainda superlotada e a praça Serzedelo Corrêa cheia de crianças e idosos em busca de uma brisa e de uma paz que não existiam.
De repente o bando em correria pela Avenida Nossa Senhora de Copacabana. Cerca de duas dezenas, um pouco mais ou menos, com idades que parecia variar de 10 a 20 anos. Todos rigorosamente com as mesmas características físicas, muito magros, pele escura, trajando um simples calção também escuro, descalços, dir-se-ia que todos eram filhos dos mesmos pais. Em coluna por um, velozes como um raio, espalhavam o terror e o medo entre os que ali se encontravam, na praça, nos pontos de ônibus, ou simplesmente se deslocando.
Vinham de longe, lá dos lados do posto seis, onde certamente acabavam de realizar o temido arrastão, desgraçadamente tão comum nesses dias de calor intenso e praias cheias. Não se sabia bem do que fugiam, pois a polícia não foi vista a persegui-los.
Nesse mesmo momento um outro bando, semelhante ao primeiro, em disparada, emerge da praia subindo a Hilário. Certamente outra investida, quem sabe os banhistas como vítimas. O pânico ficou mais intenso. Tudo foi muito rápido, no entanto, sumiram com a mesma velocidade com que surgiram.
O que se pensava fosse um deles, porém, ficou para trás. Mesmas características, mesma correria, fora dos grupos, desesperado adentrou a praça pelo portão da Avenida Nossa Senhora. Alguém gritou “pega ladrão”. Foi o suficiente para que pessoas que se encontravam sentadas na mesa de um bar da rua que fica em frente ao portão oposto cercassem-no e, então, deram-se as agressões. Chutes, socos, gravatas, parecia que não haveria salvação para o cara. Por sorte apareceu alguém mais forte que interveio gritando que não se tratava de integrante do bando. E parece que não era mesmo. Perguntaram-lhe porque corria, ele já bem machucado, ao que respondeu que correu porque se não o fizesse, da mesma forma seria confundido. Escapou por pouco.
Faço esse relato porque há anos assistimos, a cada verão, a repetição dessas cenas. Só que a intensidade redobra, na medida em que os bandos também se multiplicam de forma assustadora. Copacabana virou um inferno. Suja, muito suja, abandonada, com um policiamento ineficiente é, sobretudo nessa época, um risco iminente para quem a frequente ou nela resida. De resto como toda a cidade e seus subúrbios. Triste e muito difícil de prever como tudo terminará.
Essas pessoas não respeitam nada nem a ninguém. Quebram tudo que encontram pela frente, depredam o patrimônio público ou privado, assaltam, matam.
Ao regressar para casa lembrei-me de quarenta anos atrás quando já se falava da falta de atenção que o estado dispensava à proliferação das comunidades, ao crescimento do tráfico e o abandono das crianças. Dizia-se então: essa geração abandonada vai descer dos morros e infernizar a vida das cidades. E aí está, hoje, só que eles não vêm apenas dos morros. Estão em toda a parte. Cresceram mais do que imaginaram os mais céticos.
E aí me pergunto, como ter esperança de um futuro melhor para o País? Parece que o futuro já chegou.
Papo de sempre
O Brasil merece?
Não contavam com tanta astúcia
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